Hoje é uma catedral...
Mas o poema narra um fato do tempo em que era a Igreja Matriz de Montenegro, Rio Grande do Sul.
IGREJA MATRIZ
Ela entrou na Igreja Matriz,
levou à fronte uma gota de água benta
e fez o sinal da cruz...
Desejou talvez no amor ser feliz...
Só a Deus revelou belos sonhos que alenta...
e a pureza que me seduz!...
Bem queria vê-la assim, tão pura e bela,
mas imagino este momento fascinante!...
Só Deus soube se ela ainda era constante,
mas meu amor há de ser sempre dela!...
Nos seus passos, o acaso pôs os meus,
e ao sair, tão graciosa, da igreja, eu a vi
colhendo uma flor que guardava em si
as respostas aos corações ateus!...
Ela foi o amor a quem eu mais quis!...
Seu olhar tão profundo me perturba e tenta!...
É um anjo em quem busco a luz!...
Eu a perdi num dobrar de esquina,
mas sua imagem guardei pra sempre na retina,
quando ela para mim sorriu!...
No sorriso, atração; no olhar, candura,
seu rosto exprimiu constrangida censura...
e na esquina depois sumiu!...
Cláudio Luiz Sá Brito Machado
Escrito em 31 de agosto de 2005